quarta-feira, abril 20, 2011

SEIS E MEIA - Arnaldo Silva





Seis e Meia…

Há tantos simplesmente vagando Sem vida,
quase mortos

Outros absolutamente mortos
Ainda tão vivos

As vezes não temos tempo

As vezes não há tempo

Um fim tão previsível

Torna-se tão inoportuno

Tanta vida em apenas um dia

Tão poucos acontecimentos numa vida

Virão outros

Que contarão novas e velhas histórias

Sobre o seu tempo

Sobre o meu tempo

Sobre a sua vida

Sobre a minha vida

Histórias de vida

Histórias da morte

De um tempo

Que não vai existir

AUTOR: Arnaldo Silva, 41 anos, é especialista em tecnologia da informação, professor universitário e fotografo amador.

FOTO: Tunel da Vila Industrial - Marília Gonçalves.

domingo, abril 03, 2011

Maluquice - Eloah Margoni

Maluquice
Abelhas enquanto abelham,
o meu amor perceveja,
explodindo
em mil pedaços
de embriaguez e maus tratos;
eu ouço órgãos de igreja
ao colo, uma cerveja
bem sei a voz do diabo...
tão pequeno, tão coitado!
Mas tem fios
por todo lado
e bandos de cosmonautas,
a gravidade nos falta
vamos todos flutuando
em rés, em fás, si bemóis...
Às vezes tem uns lençóis,
às vezes vira deserto,
mas noutras, há céu por perto
e na horta tem melão,
na mesa, um tubarão
mas ele é que gente boa...
Na alma, cores inteiras!
No fim, não faz diferença,
há um toque de presença
que nivela o mundo todo;
há um verniz pegajoso
que cola o Universo inteiro;
olhando-se sem piscar
durante uma hora e meia,
se pode vê-lo!
Eloah Margoni